terça-feira, 9 de julho de 2013

Sempre por alturas de as paredes do útero se lhe começarem a desfazer, dois gritos agudos a tomarem-lhe conta das vontades. A de foder. A de escrever. E uma violência atroz mandava-a contra as paredes do seu ego fodido, e desmaiada caía ao chão. Porque dos fracos não reza a história. Mas das hormonas também não. E quem é que quer saber de paredes de úteros em decomposição, de cólicas desumanas, de sangramentos épicos, de tensões pré-menstruais. E depois de frenética arrancar de dentro dela todas as tensões, todas as letras palavras adjectivos e pronomes, cair jogada pelo soalho rústico de madeira e não mais acordar, consumida de monstros e de horrores, fobias e achaques femininos. 

Porra, ser mulher é foda.

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