quinta-feira, 20 de junho de 2013

photo @ Ana Zahner 2013


Houve aquele dia do jardim zoológico. Uma viagem no tempo feita a cinco, menos para um de nós, mais pequeno e sem um passado distante que já o tivesse levado ao jardim zoológico noutra vida. Pisar um chão cheio de passados nossos e de outros, memórias esbranquiçadas flutuantes que voam de Lisboa até à costa Oeste. O dia começa com um arco-iris, elefantes, suricatas, serpentes, crocodilos, leões e leoas. As mães sempre a protegerem os filhos, em todas as espécies, tamanhos feitios. Sobrevoamos o jardim dentro das nossas jaulinhas metálicas, sempre à espera de cair chão abaixo a cada virada, a cada curva. Reminiscências que ficaram do dia em que apanhei o primeiro avião pela primeira vez. Porque foi nesse dia que abriu o caminho de ferro aéreo que puseram em cima do Jardim Zoológico. Nesse dia, havia um futuro por cumprir, uma vida por preencher, corações em sintonia, almas ao alto em uníssono.

Tudo se esfumou.

Ámen.

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