segunda-feira, 6 de janeiro de 2014



De repente, o dia 6 de Janeiro tornou-se o dia em que começam promoções, em que estreiam séries, em que uma qualquer efeméride é assinalada. Em todo o lado 6 de Janeiro, 6 de Janeiro, 6 de Janeiro, numa ameaça gritante à abstracção que neste dia se impõe, mais do que nos outros. 

Precisamente seis dias depois, no dia 12 de Janeiro, outro seis se projectaria a celebrações, se houvesse ainda o que comemorar. 

Bonitas, estas aritméticas.   

6 no dia 12, 30 no dia 6, 6 afinal é 0

Especialmente quando são um reflexo da tábua rasa a que finalmente me agarrei para não ir ao fundo. E não é que estive lá tão perto, mas não afundei? Mas agora o quarto é finalmente feito de paredes brancas. Uma premonitória mancha negra de um homem que caminhava solitário num túnel sombrio não existe mais. Acabou, desapareceu. De candura se veste agora cada canto para onde olhe. E a sensação de rendição é impagável. Rendi-me às evidências, aceitei a derrota, levantei a cabeça. 

Chega de números, vamos falar de emoções. 

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